No quarto ao lado tudo parecia completamente bagunçado. A cortina de retalhos coloridos era um charme e tampava bem pouco a luz mínima das cinco e quarenta e sete da manhã. Várias meias e roupas espalhadas, livros e papéis avulsos espalhados por todo o chão e móveis. O nome era Luna, o cabelo era cobre e cheio de ondas, parecia bagunçado de propósito de tão cheio de nós que estava. Sua pele extremamente branca e cheia de sardas estava inteiramente arrepiada com o vento frio batendo no corpo quase nu agora que a coberta caia no chão. Tinha seu sono sempre tão agitado e tão sem ritmo, parecia uma dança louca. O short curto de malha verde-água e a regata branca não aqueciam o bastante e logo a fizeram acordar. A porta abriu.
Como um sexto sentido louco, a tão organizada Mônica torceu o nariz durante seu sono. Sempre tão leve e sempre tão raro. Em sua mesa podiam-se ver tantas agendas cheias de anotações, todos muito bem organizados, todos muito bem colocados simetricamente. Era jornalista, formada com louvores na chamada Universidade Federal de São Paulo. Taurina de olhos cor de jabuticaba, ela escrevia para a coluna de economia para algumas revistas muito lidas, e tinha também espaço como editora em um importante jornal, a promoção havia sido notificada no dia anterior deixando-a
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